Como já viemos a afirmar neste blog, as transformações
sociais do século XXI trazem para a escola novos desafios. Um mundo em
constante mutação, o acesso rápido e fácil às informações, as mudanças no
mercado de trabalho e os grandes problemas sociais com que as novas gerações já
se começam a deparar, exigem a formação de cidadãos com competências que
permitam pensar o mundo de forma crítica e ter uma postura ativa perante as
constantes transformações tecnológicas e sociais. Tal não significa, como
afirmam Costa e Couvaneiro (2019), criar uma dicotomia entre conhecimentos e
competências, e sim saber combiná-los de acordo com os desafios atuais.
Com isto, pensar novas metodologias de ensino é decisivo
para o futuro da escola. É preciso refletir sobre a prática pedagógica, na perspetiva
dos que participam do processo do ensino e aprendizagem, tendo como foco o
aluno.
Por isso, devemos pensar diferentes estratégias a serem
adotadas, bem como as diferentes tecnologias que as podem sustentar. Gaspar e
Roldão (2007) definem as fases a serem realizadas para a conceção de uma
estratégia de ensino: analisar, integrar, colocar hipóteses, selecionar,
organizar e decidir. As autoras concluem que “o que define a estratégia – tal
como na guerra ou no desporto – é o facto de ser pensada para a especificidade
de cada situação. Trata-se de uma ação interventiva e não reprodutiva ou
aplicativa” (p.17).
Neste sentido, também a compreensão sobre o objetivo das avaliações
em contexto de sala de aula deve ser repensada, sendo uma condição para
construir uma metodologia de ensino para o mundo atual. Fernandes (2018) afirma
que é fundamental entender que a avaliação é um processo que ajuda a avaliar o
ensino e a aprendizagem e não apenas classificar, tendo como objetivo ajudar os
alunos a aprender. Evidentemente, esta reflexão exige uma mudança de paradigma sobre
a avaliação, uma vez que este está atravessado pela necessidade de classificação
como uma exigência social e de acesso a outros níveis de ensino.
E devemos repensar, por que não, a organização da escola em
si. Tanto do ponto de vista da falta de integração entre as disciplinas, da
necessidade de maior flexibilidade, como também da forma como organizamos a
sala de aula e a relação professor aluno e comunidade.
Dentro e fora da sala de aula, temos muito a fazer.
Costa,
J., & Couvaneiro, J. (2019). Conhecimentos vs. competências: Uma
dicotomia disparatada na educação. (1ª ed.) Guerra e Paz.
Fernandes,
D. (2018). Avaliação para as, e das,
aprendizagens e qualidade da
educação nas salas de aula [Webinar]. ERTE Webinar. https://www.youtube.com/watch?v=CwmOIm46cd8
GASPAR,
M. I. & ROLDÃO. M. C. (2007) Elementos do Desenvolvimento Curricular.
Lisboa: UA.
Word Health Organization (2022). Health behaviour in
school-aged children. Lisboa. https://aventurasocial.com/wp-content/uploads/2022/12/HBSC_Relato%CC%81rioNacional_2022-1.pdf
Autora da publicação: Joana Leme, nº 24600.
Os dados não mentem! Os estudantes gostam cada vez menos da escola e se isso acontece é porque algo tem de mudar! A escola tem de ser um lugar atrativo para os alunos! E o ensino tem de ser centrado no aluno! A muito trabalho a fazer, sem dúvida, mas o que é certo é que o ensino tem de mudar, precisa de evoluir! Obrigado por este post Joana!
ResponderEliminarObrigada pelo comentário José! Vamos juntos batalhar para que as coisas mudem!
ResponderEliminarPost muito interessante. Li recentemente um texto do escritor Pedro Chagas Freitas intitulado "Falta Felicidade às Escolas", este espelha totalmente a realidade. Aconselho a leitura, no entanto, deixo aqui um pequeno excerto "...A culpa é de uma sala de aula que não evoluiu, que não se adaptou, que não soube mudar: que cristalizou e que tem medo de partir, que tem medo de fazer de novo, de criar de novo, de ser de novo."
ResponderEliminarObrigada Inês! Agradeço a sugestão de leitura, vou anotar ;)
EliminarAcho que uma coisa que acabaram por se esquecer nas escolas é que os alunos não passam de crianças, jovens, em constante mudança, crescimento... Falta cor, falta brincadeira, falta alegria, não só no recreio, mas dentro das salas de aula! Neste sentido, o foco do ensino tem de ser alterado, dar destaque aos alunos, desenvolver métodos inovadores a pensar neles, para os motivar, os fazer interessar novamente pela escola, pelos estudos! Muito obrigada pela partilha Joana, gostei muito do post!
ResponderEliminarOlá Joana, concordo contigo, falta ter um ensino focado nos alunos. Obrigada pela comentário.
EliminarExcelente post Joana, na minha página fiz também uma reflexão sobre este mesmo estudo! Os dados não mentem, a escola necessita de se modernizar. Encher os alunos de kits tecnológicos não é suficiente para acompanhar a inovação. É preciso desenvolver competências verdadeiramente úteis na vida em sociedade.
ResponderEliminarObrigada pelo comentário Sofia. É verdade, a modernização não é apenas da infraestrutura da escola, é também na metodologia.
Eliminar